O Vinil voltou
Uma excelente notícia para os fãs dos bolachões, da música em geral e, também, para a indústria fonográfica brasileira: a Polysom, única fábrica de discos de vinil da América Latina, está retomando as atividades após 3 anos de hiato. Não, não é sonho e é no Brasil! Prestes a voltar a funcionar, a empresa não tem vínculos com a gravadora e deve produzir 40 mil peças por mês. A fábrica situa-se no município de Belford Roxo, no Rio de Janeiro.
Iniciativa: A indústria foi comprada no começo de 2009 pelos produtores Rafa Ramos e seu pai João Augusto, proprietários da Deckdisc. Desde então, estiveram trabalhando e pesquisando muito para trazer o vinil de volta à realidade brasileira.
Reforma da fábrica: Completamente reformada, a fábrica conta agora com máquinas novas, profissionais atualizados e expertise europeu – tudo para não deixar nada a desejar em comparação aos fabricantes estrangeiros. A data da conclusão da reforma, que começou em maio, depende de diversos fatores, mas a Polysom deve reabrir suas portas “ainda este ano, com certeza”.
O produto: A Polysom vai vender o produto semi-acabado. Caberá às gravadoras colocar a capa, embalar e vender. O preço final também vai depender delas. “No que diz respeito ao custo de fabricação do vinil aqui, estou tentando fazer com que o preço seja duas vezes e meia menor do que lá fora”, diz João Augusto. “Vou conseguir fazer aqui um produto muito mais barato do que o que vem de fora. O problema do Brasil é que as taxas são muito altas.”
Expectativas dos idealizadores: Rafa Ramos, um dos donos, comenta: “Desde dezembro de 2009 a Polysom tem recebido vários pedidos. Por exemplo, muitos títulos de várias gravadoras grandes, como EMI, Universal e Sony. Os independentes também. E tem muita gente fazendo orçamento”.
“A Polysom é uma companhia inteiramente independente que vai atender a todas as gravadoras. A Deckdisc vai ser tão cliente dela quanto as outras gravadoras e os artistas independentes. Há uma gama muito grande de independentes que tem essa demanda por vinil”, diz João Augusto.
Opinião dos profissionais: Em Juiz de Fora, uma turma não abre mão de usufruir as vantagens que o formato oferece, tentando manter viva a memória e as atividades com os vinis. Os DJ’s do projeto tocam em festas, eventos e festivais, sempre utilizando LPs raros de músicos das décadas de 50, 60 e 70. Um deles, o juizforano Luis Valente, afirma que a qualidade do som também é uma questão relativa. Isso depende da relação da pessoa com a música. O público em geral não costuma focar nesse mérito da comparação da qualidade
, avalia. Para resgatar gravações no formado LP e dar a oportunidade para que novas bandas tenham seus registros musicais nos bolachões, Luiz criou seu próprio selo, a Vinil Land. A prensagem dos vinis é feita na Alemanha, país em que vive boa parte do ano. Mas os DJs e produtores esperam com ansiedade a reativação da Polysom. Veja vídeo com breve entrevista com Luis Valente.
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Fonte: Vinil é arte, Acessa.com, Kiss FM e G1.